O modelo de remuneração que prometia mudar a relação entre assessor e investidor continua relevante — mas amadureceu.
Nos primeiros meses de 2025, o termo fee fixo ganhou força entre as assessorias de investimentos. Manchetes falavam sobre transparência, independência e um novo passo na forma de remunerar o trabalho do assessor. Poucos meses depois, as notícias diminuíram.
Será que o mercado desistiu da ideia?
Na prática, não.
O que aconteceu foi um movimento natural de amadurecimento — e não de abandono.
Do entusiasmo ao debate técnico
Quando o modelo de fee fixo foi introduzido nas assessorias, ele representava uma ruptura em relação ao formato tradicional, baseado em comissões embutidas nos produtos.
Era novo, provocativo e alinhado à tendência internacional do fee-based advisory — muito comum nos Estados Unidos e na Europa.
Mas, à medida que a Resolução CVM 179, publicada em fevereiro de 2023, entrou efetivamente em vigor em 1º de novembro de 2024, a discussão se deslocou do “modelo em si” para algo mais estrutural: a transparência.
Em vez de perguntar “qual é o modelo mais moderno?”, o mercado passou a discutir como o investidor entende e compara o que está pagando.
Nesse contexto, o fee fixo deixou de ser manchete — e passou a ser uma das formas legítimas e transparentes de conduzir uma relação ética com o cliente.
Menos barulho, mais prática
Toda inovação passa por essa curva: primeiro o entusiasmo, depois o silêncio que indica consolidação.
Hoje, várias assessorias e instituições financeiras já adotam versões adaptadas do modelo — seja em formato puro (retainer mensal), percentual anual com cashback das comissões, ou híbrido, que se ajusta ao perfil e à complexidade da carteira.
O tema não desapareceu. Ele simplesmente se normalizou.
Isso ocorre porque a taxa fixa ou o fee-based fazem mais sentido em carteiras de maior porte, com investidores que valorizam previsibilidade, alinhamento de interesses de longo prazo e entregas personalizadas.
É um público que não precisa de ruído — precisa de clareza.
O que permanece essencial
Mais importante do que escolher entre comissão, fee fixo ou modelo híbrido é compreender o princípio que sustenta qualquer forma de remuneração ética:
O investidor deve saber exatamente o que está pagando, e o assessor deve ser remunerado pelo valor que entrega.
Esse é o ponto de convergência entre os diferentes formatos — e é também onde a Philos sempre esteve.
Desde a criação de nossos modelos com fee fixo até as discussões mais recentes sobre transparência, seguimos comprometidos com uma mesma ideia: autonomia financeira se constrói com clareza, não com modismos.
Filosofia que não depende do modelo
A Philos acompanha de perto as transformações do mercado, mas não baseia sua conduta em tendências passageiras.
Nosso foco é garantir que o investidor tenha acesso a decisões embasadas, relações transparentes e estratégias construídas com ética e diligência — seja qual for a forma de contratação.
Porque, no fim das contas, o modelo pode mudar.
Mas o que não muda é o que nos guia:
a confiança que nasce da verdade entre assessor e investidor.